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A CELEBRAÇÃO DE MADONNA E O TOUR PELA MEDIOCRIDADE




A psicodelia "paz e amor" dos anos 70, trouxe um mínimo de realidade para quem ainda possuía neurônios, quando o cretino do Mark Chapman acabou com o sonho, que convenhamos, tinha hipocrisia demais no seu recheio. Infelizmente, a justa comoção popular daquela fatídica noite de Dezembro, virou clichê barato progressista, e todas as vezes que acontece alguma coisa de errado em Shangri lá, instantaneamente milhares de velas são acesas, ao som da insuportável "Imagine", entoada pelos herdeiros de Woodstock, em nome da paz mundial.

Os patrulheiros sociais de hoje, deveriam estudar a década seguinte, paradoxalmente a mais politicamente incorreta, e a que trouxe mais avanços para as liberdades individuais, da história.

Tudo nos anos 80, era muito engraçado, exagerado, despojado, descartável, "trash". As utopias foram abandonadas, e se alguém quisesse "falar sério", que pelo menos, pintasse o cabelo e usasse uma fantasia carnavalesca.

Com tanta liberdade, obviamente que a criatividade aflorou, e tivemos nas artes, alguns dos momentos mais prolíficos do século. Para completar, o vídeo clipe foi uma revolução, e surgiram as primeiras noções de valorização do "Entretenimento".

O Rock progressivo, com seus solos intermináveis e vocalistas se esgoelando, deu lugar a arranjos mais simples, com mensagens diretas e refrões grudentos.

Foi a vez do Pop reinar, quase que, absoluto.

Nesse ambiente tão propício, surgiu uma supersafra de cantores e bandas, com imenso carisma e talento de sobra. Grande parte deles, declaradamente homossexuais, algo impensável até pouco tempo atrás. Para toda a comunidade, as conquistas provavelmente teriam chegado próximas aos níveis atuais, mas a nefasta "peste gay", atrasou tudo em 30 anos. Nesse aspecto, o engajamento e a defesa incansável de Madonna Louise Ciccone, foi fundamental para diminuir o linchamento conveniente, transbordando preconceito, desinformação e intolerância, o que explica a idolatria incondicional, que lhe é dedicada.

Musicalmente falando, ninguém foi mais inovador e importante para a época, do que Michael Jackson e sua obra prima, "Thriller", mas quando pensamos em atitude, posicionamento, contestação e coragem, mesmo muitas vezes dizendo bobagens, Madonna, num páreo tão difícil, foi absoluta. Longe de ser a melhor cantora, a mais bonita ou a principal compositora, a moça de Michigan, encampou com maestria, dentro e fora dos palcos, muitos dos anseios e dilemas, de uma geração que tinha pressa para tudo, contrastando com o "bundamolismo" e a letargia da turma anterior. Seus hits, com pitadas autobiográficas, atiravam contra todos os tabus e instituições.

Depois de quase quatro décadas, levantando as mesmas bandeiras, as "câimbras" apareceram e dataram a fórmula.

A globalização catapultada pela Internet, trouxe avanços significativos em todas as áreas. O bombardeio de informações, e a escalada da troca de conhecimento, levaram as sociedades a níveis de evolução, talvez inimagináveis até para a própria cantora, mas ainda distante da utopia bobinha da perfeição, presente apenas, na acefalia terminal dos Woks.

Madonna então, entrou em franca decadência, e nunca mais produziu nada que prestasse.

Suas turnês ainda rendiam alguma coisa, muito pelo seu prestígio, mas ela já não fazia mais parte da elite das divas do Pop.

"Celebration Tour", veio em boa hora, para uma merecida homenagem, e o seu encerramento no Brasil, para mais de um milhão de pessoas, deveria ter sido, o anúncio apoteótico da sua providencial aposentadoria.

O que presenciamos no Sábado passado em Copacabana, foram alguns dos momentos mais constrangedores desde Dionísio, na Grécia antiga.

Quase uma semana depois, já recuperado do impacto, a minha análise como músico, produtor e apaixonado pelo assunto, é a seguinte:

Nem o vovô centenário da família tradicional, tem o direito de se chocar com a baixaria que foi apresentada. Madonna é aquilo, desde que nasceu.

Todos os seus shows, sempre tiveram muito playback. Cantar e dançar com tanta intensidade, é exaustivo e dificílimo, especialmente para quem não tem um gogó dos mais privilegiados. Nesse caso porém, ela rompeu todos os limites da bizarrice, com o agravante de que, nem dançar direito, consegue mais.

Ela nunca deu a menor bola para os músicos, que mesmo nas turnês mais icônicas, ficavam escondidos num cantinho do palco. E convenhamos, que para repetir os mesmos arranjos de sempre, sem qualquer ousadia ou atualização, em cima de um sampler insuportável, qualquer banda, teria sido irrelevante.

Obrigar alguém a assistir uma apresentação dos seus rebentos, como foi no caso das filhas dela tocando e dançando, só deveria ser permitido, no final do almoço familiar anual, depois do café, como uma potente arma para afugentar a parentada.

A "pachequice" e o "complexo de vira lata", merecem destaque especial nesse cenário grotesco.....

"Que fantástico, ela com a bandeira do Brasil, dizendo que nós somos maravilhosos!"

"Muito lindo!. O mundo assistindo nossos maiores artistas(putzzzz), Anita e Pablo Vittar, arrasando(kkkkk) com a deusa."

A primeira, simulando sexo oral, e a segunda, sexo anal.

Pior ainda, foram as crianças ritmistas, que ficaram comendo pizza e vendo pornografia até tardão, para serem enganadas durante uns dois minutos, achando que estavam tocando alguma coisa.

Tudo moído na hora, ajambrado para cumprir tabela e jogar para a torcida.

Para quem ainda, conseguiu ver qualidades nessa picaretagem, argumentando que foi um "espetáculo da Broadway", então que tivessem contratado alguém minimamente competente, para produzi lo e dirigi lo...... Com boa vontade, tivemos uma atração de inferninho pulguento, sem timing, sem ritmo, sem coerência e principalmente, sem emoção.

Madonna envelheceu mal, e não evoluiu. Virou um personagem, dos mais previsíveis e caricatos, a serviço de identitarismos chinfrins, capaz de reverenciar até hoje, um assassino confesso de gays como Che Guevara, e ser aplaudida efusivamente por uma plateia com presença maciça deles.

Ninguém mais a aguenta dizendo, que deu.....que chupou....que sentou.....

O que a deixou multimilionária e tão famosa, não foram essas bobagens, e sim a Meritocracia, palavra proibida, do "capitalismo feioso".

Tão rica, que segundo o Luciano Huck, não veio para cá atrás de dinheiro, pagando inclusive, tudo do seu bolso. Certamente descobriu que o Itaú estava fazendo 100 anos, e humildemente, colocou se à disposição da família Setúbal, para colaborar com as despesas da festa......

Nababescamente rica, que doou de forma sigilosa(por favor, não divulguem isso por aí), seis trilhões de dólares para nossos irmãos do Sul.....

Nessas horas, o Xandão, desaparece..... Aliás, por falar nele, será que ela sabe, o que estão fazendo com as liberdades individuais por aqui?

Madonna provavelmente nunca entenderá, que hoje, há duas categorias de imbecis:

Os pretensiosos e mau caráteres, que acham que podem falar em nome de alguém....

Os militantes incondicionais das seitas de todos os tipos, especialmente as ideológicas, que mesmo com tanta informação, se sentem acolhidos, quando algum midiático afim, resolve falar em nome deles.

Esse pseudo show, terrível sob todos os aspectos, me deixou bem desanimado, mas em Agosto, mais precisamente no dia 10, será a minha redenção. Estarei no Allianz, para comemorar os mais de 50 anos de carreira, de um artista fenomenal, sempre à frente do seu tempo, de uma dignidade ímpar, que passou inúmeras mensagens com extrema classe, sem abrir mão das suas convicções, dando uma banana para os coletivismos de araque. "Minha vida, meus mortos

Meus caminhos tortos

Meu sangue latino

Minh'alma cativa"

Até lá, Ney.

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